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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Cardiotoxicidade

Prevenção de tromboembolismo venoso na clínica ambulatorial de câncer

ariane 2020 bxArtigo publicado no Journal of Clinical Oncology Oncology Practice  (JCO) descreve a implementação de um programa baseado em sistemas de registro eletrônico de saúde que oferece recomendações personalizadas de profilaxia para aumentar as taxas de avaliação de risco de tromboembolismo venoso em pacientes no início da quimioterapia ambulatorial. Ariane Vieira Scarlatelli Macedo (foto), cardiologista assistente da Santa Casa de São Paulo e vice-presidente do Grupo de Estudos de Cardio-Oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, comenta o trabalho.

As diretrizes recomendam a avaliação de risco de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes ambulatoriais com câncer e tromboprofilaxia farmacológica em pacientes selecionados com alto risco de TEV. Embora estejam disponíveis ferramentas de estratificação de risco validadas, <10% dos oncologistas utilizam uma ferramenta de avaliação de risco, e as taxas de profilaxia para TEV em pacientes de alto risco são baixas na prática.

O programa multidisciplinar ‘Prevenção de Tromboembolismo Venoso na Clínica Ambulatorial de Câncer (VTEPACC)’1 identificou prospectivamente pacientes de alto risco usando os escores de Khorana e Protecht (≥ 3 pontos) por meio de uma ferramenta de avaliação de risco baseada em registros eletrônicos de saúde (EHR). Os pacientes com alto risco previsto de TEV durante o tratamento receberam uma consulta com hematologista para considerar a profilaxia do TEV. Os resultados da consulta foram comunicados ao oncologista responsável pelo tratamento e os resultados clínicos foram rastreados.

Resultados

Um total de 918 pacientes ambulatoriais iniciando terapia anti-câncer foram avaliados. As taxas mensais de educação em TEV aumentaram de <5% antes do VTEPACC para 81,6% (desvio padrão [SD], 11,9; intervalo, 63,6% -97,7%) durante a fase de implementação e 94,7% (SD, 4,9; intervalo, 82,1% -100% ) para a fase de pós-implementação completa em 2 anos. Na fase pós-implementação, 213 pacientes (23,2%) foram identificados como de alto risco para o desenvolvimento de TEV. O encaminhamento para hematologia foi oferecido a 151 pacientes (71%), com 141 pacientes (93%) sendo avaliados e 93,8% recebendo profilaxia para TEV.

“O VTEPACC é um modelo bem-sucedido de implementação de diretrizes para fornecer avaliação e profilaxia do risco de TEV e prevenir trombose associada ao câncer em pacientes ambulatoriais. Os métodos aplicados podem ser prontamente transportados para a clínica, contribuindo para superar as atuais lacunas de implementação entre diretrizes e prática clínica”, concluíram os autores.

Estratégia eficaz para prevenção de fenômenos tromboembólicos em pacientes com câncer

Por Ariane Vieira Scarlatelli Macedo

As diretrizes atuais recomendam o uso de uma ferramenta de avaliação de risco validada para distinguir pacientes de alto e baixo risco de TEV e assim definir uma estratégia de anticoagulação profilática. Diretrizes recentes ampliaram o número de medicamentos (apixaban, rivaroxaban ou heparina de baixo peso molecular) para profilaxia primária em pacientes com câncer e com alto risco de TEV2.

Apesar da orientação dos guidelines, existem dificuldades de cumprir as diretrizes para a profilaxia do TEV em pacientes ambulatoriais.  No presente estudo, os autores utilizaram o programa multidisciplinar “Prevenção de Tromboembolismo Venoso na Clínica Ambulatorial de Câncer” (VTEPACC) e obtiveram excelentes resultados. Houve aumento substancial nas taxas de avaliação do risco de TEV com consequente aumento na prescrição de tromboprofilaxia em pacientes com alto risco de TEV.

Através do VTEPACC, os autores identificaram um componente que contribuía para a falta de implementação de diretrizes de prevenção de TEV: a falta de conhecimento em drogas anticoagulantes, bem como das ferramentas de avaliação de risco de sangramento e trombose.  No programa, isto foi resolvido através de uma abordagem multidisciplinar usando especialistas em trombose para orientar oncologistas e pacientes quanto às opções de anticoagulantes, bem como farmacêuticos para avaliar interações medicamentosas.

Sabemos que Implementação bem-sucedida de diretrizes para prevenir trombose associada ao câncer pode ter grande impacto na morbimortalidade do paciente. O presente estudo demostra um modelo de abordagem por equipe multidisciplinar, com coleta de dados de registros eletrônicos dos pacientes, como uma estratégia eficaz para obtermos sucesso na prevenção de fenômenos tromboembólicos em pacientes com câncer.

Referências: 1 - Successful Model for Guideline Implementation to Prevent Cancer-Associated Thrombosis: Venous Thromboembolism Prevention in the Ambulatory Cancer Clinic  - DOI: 10.1200/JOP.19.00697 JCO Oncology Practice - Published online April 08, 2020.

2 - Key NS, Khorana AA, Kuderer NM, et al: Venous thromboembolism prophylaxis and treatment in patients with cancer: ASCO clinical practice guideline update.J Clin Oncol 38:496-520, 2019

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