25042024Qui
AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Fatores prognósticos do câncer de ovário epitelial recidivado

Glauco_Baiocchi_NET_OK.jpgO câncer de ovário recidivado é tema de artigo exclusivo do oncologista Glauco Baiocchi Neto (foto), diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do A.C.Camargo Cancer Center. O especialista aborda o tratamento da doença tanto do ponto de vista clínico, como cirúrgico.

Glauco_Baiocchi_NET_OK.jpgO câncer de ovário recidivado é tema de artigo exclusivo do oncologista Glauco Baiocchi Neto (foto), diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do A.C.Camargo Cancer Center. O especialista aborda o tratamento da doença tanto do ponto de vista clínico, como cirúrgico.

Introdução

*Glauco Baiocchi Neto

O diagnóstico do câncer epitelial de ovário é feito geralmente em estádios avançados, (75% Estádios III-IV) [1]. Corresponde a 23% dos tumores malignos ginecológicos (excluído câncer de mama) nos Estados Unidos, porém é o câncer ginecológico com maior letalidade e responsável por 47% das mortes por câncer ginecológico [2]. O quadro clínico é inespecífico tem como principal via de disseminação a transcelômica (implantes peritoneais).
 
A cirurgia tem o papel fundamental seja no diagnóstico, estadiamento ou tratamento. No caso da doença avançada, o tratamento padrão atual consiste na cirurgia citorredutora (citorredução) seguido por quimioterapia adjuvante baseada em carboplatina e paclitaxel.
 
Desde a descrição inicial realizada por Griffiths et al. [3], vários outros estudos demostraram que o volume de tumor residual após a cirurgia está correlacionado com sobrevida livre de doença e sobrevida global [4-9]. Quando a citorredução ótima é alcançada, a sobrevida mediana praticamente dobra [10] e em 2002 uma meta-análise publicada por Bristow et al. [11] sugeriu que para cada 10% de aumento em citorredução ótima, há um aumento de sobrevida de cerca de 6%.
 
A citorredução foi por muitos anos considerada ótima quando o diâmetro do maior tumor residual seria ≤1cm, porém estudos mais recentes sugeriram o beneficio em sobrevida a favor da ausência de doença residual frente a presença de qualquer doença residual [12,13]. Portanto, atualmente deve-se ter como objetivo a citorredução total ou completa. Apesar da atual controversia gerada após a publicação de 2 estudos fase III [14,15] que não demostraram diferença em sobrevida para citorredução primária quando comparada ao uso de quimioterapia neoadjuvante, a citorredução primária ainda permanece como tratamento padrão para o câncer de ovário e a quimioterapia neoadjuvante deve ficar reservada para casos de pacientes com comorbidades e perfomance status ruim e/ou casos com doença extensa não passível de citorredução primária ótima mesmo se realizada por equipe habilitada. [16-18]
 
Em resumo, a citorredução primária pode ser um procedimento complexo e demanda treinamento para sua execução, sendo que a ausência de doença residual após a cirurgia é o fator prognóstico isolado mais importante na sobrevida da paciente com câncer de ovário. Após a cirurgia primária, o tratamento adjuvante é geralmente realizado com associação de carboplatina e paclitaxel via endovenosa (EV), podendo o paclitaxel ser administrado com intensificação de dose [19,20]. Importante ressaltar que estudos fase III [21-23] mostraram impacto em sobrevida a favor do uso de quimioterapia adjuvante via intraperitoneal (IP) com cateter, porém houve grande relutância na incorporação do tratamento IP adjuvante devido à toxicidade, menor conveniência e complicações relacionadas ao cateter [21]. Em geral, os estudos fase III com melhores sobrevidas medianas alçadas  (>100 meses) no tratamento adjuvante do câncer de ovário após citorredução primária foram o GOG 173 para o grupo IP sem doença residual [22] e o JGOG para o grupo que recebeu paclitaxel dose densa [20]. Por esse fato os resultados do estudo 252 são aguardados. No GOG 252 houve randomização de 3 grupos sendo: 1o grupo recebeu carboplatina e paclitaxel dose densa; 2o grupo recebeu carboplatina IP e paclitaxel EV; e 3o grupo recebeu esquema modificado do GOG 172, sendo cisplatina (dose IP 75mg/m2) e paclitaxel no D1 em 3h .
 
Apesar de todo esforço, estima-se que após tratamento primário da doença avançada (Estádio ≥III), 70% dos casos recorrerão nos primeiros 5 anos de seguimento, sendo que 15% com recidiva com intervalo menor que 6 meses após o término do tratamento quimioterápico e 55% acima de 6 meses. São consideradas doenças sensíveis à platina quando a recidiva ocorre após 6 meses de intevalos livre de doença. [25,26]
 
O estratégia ideal de tratamento da doença recidivada ainda não é bem estabelecida, sendo o uso de quimioterapia considerado padrão ouro. Na dependência do intervalo livre de doença, extensão da recidiva e performance status da paciente, vários estudos retrospectivos sugerem potencial beneficio da cirurgia (citorredução secundária). [27] 

O câncer de ovário epitelial recidivado  

Em geral, o intervalo livre de platina após o tratamento inicial é preditivo de sobrevida assim como de resposta à quimioterapia, incluindo quimioterapia não baseada em platina. [28]
 
A taxa de resposta à quimioterapia com platina como agente único em estudos multicêntricos é de 30-50% [29,30] e é diretamente proporcional ao maior intervalo livre de tratamento. A taxa de resposta com intervalos livres de platina de 6-12 meses, 13-24 meses, e >24 meses é de 27%, 33% e 59% respectivamente. Quando o intervalo livre de qualquer quimioterapia é >24 meses, a taxa de resposta à platina é de 77%, com 32% de resposta completa (confirmada por cirurgia). [31].
 
O intervalo de tempo entre a quimioterapia e a recidiva parece não ser único fator prognóstico. Eisenhauer et al [32] sugeriram como fatores preditores independentes de resposta a segunda linha de tratamento: tumores < 5cm, pequena quantidade de sítios de recidiva e tipo histológico seroso. Lee et al. [33] sugeriram um nomograma para predição de sobrevida livre de doença em pacientes com tumores recidivados platina sensíveis. O mais importante fator prognóstico foi tamanho do maior tumor recidivado e os outros fatores na análise multivariada foram: intervalo livre de platina, valor do CA125 e número de sítios com metástases.
 
Em geral, mesmo as pacientes que apresentam resposta completa após a segunda linha platina sensível têm o próximo intervalo livre de progressão mais curto [34] e o câncer de ovário recorrente em algum momento se torna platina resistente. Interessante comentar que pacientes que receberam quimioterapia neoadjuvante antes da cirurgia primária parecem ter intervalo mais curto para desenvolver a doença platina resistente. [35] 

Tratamento da recidiva com quimioterapia 

Resultados de diversos estudos retrospectivos sugerem que a combinação de carboplatina e paclitaxel para pacientes com doença platina sensível apresentam altas taxas de resposta (70-90%) [36,37] e levanta a questão da melhor estratégia no uso da platina como agente único ou em combinação com outras drogas. Em geral, os estudos fase III sugerem maiores taxas de resposta a favor da combinação assim como maiores intervalos livres de progressão, sendo controverso o impacto em sobrevida global [29,30,38]. Entretanto, 1 estudo combinado (ICON4/AGO-OVAR-2.2) mostrou resultado convincente para sobrevida global a favor da combinação com ganho absoluto de 5 meses em sobrevida (24 vs. 29 meses) [39].
 
Diversos outros estudos compararam esquemas baseados em platina associados a outras drogas. Destaca-se o estudo CALYPSO [40] que comparou a associação de carboplatina e doxorrubicina lipossomal com carboplatina e paclitaxel. Sugere superioridade a favor da doxorrubicina lipossomal em relação à sobrevida livre de progressão, com toxicidade diversa.
 
Em geral, tumores resistentes a platina são também resistentes a outras drogas. Vários estudos fase III com paclitaxel [41], topotecano [41,42], doxorrubicina lipossomal [41] e gemcitabina [43] como agentes únicos mostraram taxas de resposta de cerca de apenas 10%, com sobrevida livre de progressão de 3-4 meses e sobrevida global de 9-12 meses. Não houve diferença significativa entre as respostas às diversas drogas e a associação entre drogas também não mostrou benefício. [28]

Há atualmente em oncologia diversas drogas molécula-alvo, sendo o bevacizumab (inibidor de VEGF) a principal droga testada no câncer de ovário epitelial platino-sensível [28]. O principal estudo (OCEANS) [44] comparou o uso de carboplatina e gemcitabina com ou sem bevacizumab e encontrou beneficio em sobrevida livre de progressão a favor do grupo com bevacizumab (12,4 vs. 8,4 meses) e ainda uma melhor resposta objetiva (78,5% vs. 57,4%). Porém, não houve impacto em sobrevida global. Importante salientar que 30% dos pacientes do grupo placebo recebeu bevacizumab posteriormente [44]. O bevacizumab foi ainda testado em estudo randomizado (AURELIA) para pacientes platina-resistentes e sua adição mostrou benefício, com ganho em taxa de resposta (27,3 vs. 11,8%) e sobrevida livre de progressão. [45]
 
Em resumo, a associação de 2 drogas baseada em platina é utilizada em recidiva com intervalo >12 meses, monoterapia (não platina) na recidiva <6meses e no intervalo entre 6 e 12meses, a decisão é indidualizada, podendo a platina ser utilizada em monoterapia ou em associação com outra droga. Como após a recidiva o tratamento passa a não ser curativo, em várias situações a escolha deve ser individualizada e o atualmente o bevacizumab faz parte do arsenal terapêutico. [28] 

Tratamento cirúrgico da doença recidivada 

Apesar do papel da cirurgia na recidiva do câncer epitelial ser ainda incerto, estudos retrospectivos sugerem um potencial benefício. Em uma meta-análise, Bristow et al. [27] encontraram sobrevida mediana de 30,3 meses para o grupo submetido a citorredução com doença residual ≤1cm. Nesse estudo foram incluídas pacientes com mediana de intervalo de tempo para recidiva de 20 meses e portanto doença platina sensível.
 
No caso de recidiva da doença após tratamento primário, deve ser levado em consideração para a indicação de citorredução secundária alguns aspectos: intervalo livre de doença (platina sensível),  possibilidade de citorredução secundária completa, realização de citorredução ótima primária e tipo/localização da recidiva (local x carcinomatose). [46]
 
Em 2006, Harter e at. [47] publicaram estudo com dados coletados em 25 centros da Alemanha e Suíça (DESKTOP-OVAR I trial) sobre pacientes com câncer de ovário recorrente e que foram submetidas à nova citorredução (secundária). Foi verificado que somente a citorredução completa foi associada com aumento da sobrevida nestas pacientes e foi sugerido um score preditivo onde 3 critérios foram incluídos (AGO-Score): ressecção completa na primeira cirurgia ou estádio I/II, bom estado geral (performance status) e ausência de ascite (<500ml). A presença dos 3 critérios categoriza o AGO-Score como positivo.
 
O mesmo grupo de forma prospectiva validaram o AGO-Score (DESKTOP-OVAR II) [48]. O AGO-Score foi capaz de predizer a ressecabilidade cirúrgica completa em 76% das pacientes com câncer de ovário recidivado [47,48]. Entretanto, o AGO-Score pode ser questionado, já que pode não indicar cirurgia para pacientes com AGO-Score negativo e que poderiam ser submetidas a citorredução completa. [49]
Outros estudos retrospectivos sugeriram que pacientes platino sensíveis que receberam citorredução secundária alcançaram sobrevida mediana de cerca de 50 meses [50]. Zang et al. [51] publicaram revisão que incluiu 1100 pacientes e obtiveram sobrevida mediana de 57,7 meses após citorredução completa. Harter et al. [46] também encontraram sobrevida acima de 60 meses para pacientes com AGO-OVAR Score positivo.
 
Atualmente sabe-se que o objetivo da citorredução secundária é a ausência de doença residual e além do AGO-Score, Tian et al. [49] (n=1075) propuseram um modelo de risco (International Collaborative Score - ICS) para seleção de pacientes a serem submetidos a citorredução secundária. Incluiram no modelo preditivo as variáveis estadio inicial, doença residual na cirurgia primária, intervalo livre de doença, performance status, CA125 e ascite. Pacientes consideradas pelo ICS como “baixo risco” e “alto risco” tiveram citorredução completa em 53,3% e 20,1%, respectivamente. Pacientes com score baixo risco e alto risco submetidas a cirurgia sem doença residual tiveram sobrevida mediana de 63 meses e 40 meses, respectivamente.
 
Alguns antigos estudos compararam a cirurgia com a quimioterapia na recidiva, sendo os resultados favoráveis à cirurgia. Porém os resultados são limitados devido a número de pacientes analisados e uso de regime de quimioterapia anteriores aos anos 2000’ [52-55]. Em um grande estudo retrospectivo, Chuang et al. [56] também sugeriram o benefício da cirurgia secundária após ajuste das variáveis.
 
Importante lembrar que importantes estudos fase III que incluiram pacientes com câncer de ovário recidivados platina-sensíveis como OCEANS e CALYPSO [44,45], encontraram sobrevida mediana de 33-35 meses. Porém, uma análise de subgrupo do estudo CALYPSO [57] também sugere melhor sobrevida ao grupo de pacientes submetidas a citorredução secundária (19% dos casos), atingindo 49,9 meses de sobrevida mediana.
 
Com objetivo de estabelecer o real papel da cirurgia na recidiva do câncer de ovário platina-sensível, há 2 estudos fase III em andamento (DESKTOP-OVAR III e GOG 213). No DESKTOP-OVAR III, as pacientes com AGO-Score positivo são randomizadas para cirurgia ou quimioterapia baseada em platina e no GOG 213 há uma segunda randomização para quimioterapia associada ou não a bevacizumab. 

Conclusões 

O câncer de ovário é um dos tumores epiteliais mais responsivos à quimioterapia. Apesar das taxas de cura não terem aumentado significativamente nas últimas décadas, houve um significativo progresso no prolongamento da sobrevida das pacientes com o uso sequencial de diversas drogas. Os principais fatores prognósticos da doença recidivada são o intervalo livre de doença e sensibilidade à platina, o performance status e extensão da doença recidivada.
 
Há um potencial benefício da cirurgia na recidiva para pacientes selecionadas platino-sensíveis, porém o papel definitivo da cirurgia no cenário da recidiva ainda depende dos resultados dos estudos fase III em andamento.
 
Autor: *Glauco Baiocchi Neto
Mestre e Doutor em Oncologia pela FMUSP
Diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica - AC Camargo Cancer Center

Referências 

1.                  Dinkelspiel HE, Champer M, Hou J, et al. Long-term mortality among women with epithelial ovarian cancer. Gynecol Oncol. 2015;138(2):421-8.
 
2.                  Siegel RL, Miller KD, Jemal A. Cancer statistics, 2015. CA Cancer J Clin. 2015;65(1):5-29.
 
3.                  Griffiths CT, Parker LM, Fuller AF, Jr. Role of cytoreductive surgical treatment in the management of advanced ovarian cancer. Cancer Treat Rep 1979;63:235–240.
 
4.                  Delgado G, Oram DH, Petrilli ES. Stage III epithelial ovarian cancer: The role of maximal surgical reduction. Gynecol Oncol 1984;18:293–298.
 
5.                  Hoskins WJ, McGuire WP, Brady MF, et al. The effect of diameter of largest residual disease on survival after primary cytoreductive surgery in patients with suboptimal residual epithelial ovarian carcinoma. Am J Obstet Gynecol 1994;170:974–979.
 
6.                  Hacker NF, Berek JS, Lagasse LD, et al. Primary cytoreductive surgery for epithelial ovarian cancer. Obstet Gynecol 1983;61: 413–420.
 
7.                  Chi DS, Liao JB, Leon LF, et al. Identification of prognostic factors in advanced epithelial ovarian carcinoma. Gynecol Oncol 2001;82:532–537.
 
8.                  Piver MS, Lele SB, Marchetti DL, et al. The impact of aggressive debulking surgery and cisplatin-based chemotherapy on progression-free survival in stage III and IV ovarian carcinoma. J Clin Oncol 1988;6:983–989.
 
9.                  Chi DS, Eisenhauer EL, Lang J, et al. What is the optimal goal of primary cytoreductive surgery for bulky stage IIIC epithelial ovarian carcinoma (EOC)? Gynecol Oncol 2006;103:559–564.
 
10.              Fader AN, Rose PG. Role of surgery in ovarian carcinoma. J Clin Oncol 2007;25:2873–2883.
 
11.              Bristow RE, Tomacruz RS, Armstrong DK, et al. Survival effect of maximal cytoreductive surgery for advanced ovarian carcinoma during the platinum era: A meta-analysis. J Clin Oncol 2002;20:1248–1259.
 
12.              du Bois A, Reuss A, Pujade-Lauraine E, et al. Role of surgical outcome as prognostic factor in advanced epithelial ovarian cancer: A combined exploratory analysis of 3 prospectively randomized phase 3 multicenter trials: By AGO-OVAR and GINECO. Cancer 2009;115:1234–1244.
 
13.              Horowitz NS, Miller A, Rungruang B, et al. Does aggressive surgery improve outcomes?Interaction between preoperative disease burden and complex surgery in patientswith advanced-stage ovarian cancer: an analysis of GOG 182. J Clin Oncol. 2015;33(8):937-43.
 
14.              Vergote I, Tropé CG, Amant F, et al. European Organization for Research and Treatment of Cancer-Gynaecological Cancer Group; NCIC Clinical Trials Group. Neoadjuvant chemotherapy or primary surgery in stage IIIC or IV ovarian cancer. N Engl J Med. 2010;363(10):943-53.
 
15.              Kehoe S, Hook J, Nankivell M, et al. Primary chemotherapy versus primary surgery for newly diagnosed advanced ovarian cancer (CHORUS): an open-label, randomised, controlled, non-inferiority trial. Lancet. 2015;386(9990):249-57.
 
16.              Chi DS, Musa F, Dao F, et al. An analysis of patients with bulky advanced stage ovarian, tubal, and peritoneal carcinoma treated with primary debulking surgery (PDS) during an identical time period as the randomized EORTC-NCIC trial of PDS vs neoadjuvant chemotherapy (NACT). Gynecol Oncol. 2012;124(1):10-4.
 
17.              Chi DS, Bristow RE, Armstrong DK, et al. Is the easier way ever the better way? J Clin Oncol. 2011;29(31):4073-5.
 
18.              Vergote I, du Bois A, Amant F, et al. Neoadjuvant chemotherapy in advanced ovarian cancer: On what do we agree and disagree? Gynecol Oncol. 2013;128(1):6-11.
 
19.              Boere IA, van der Burg ME. Review of dose-intense platinum and/or paclitaxel containing chemotherapy in advanced and recurrent epithelial ovarian cancer. Curr Pharm Des. 2012;18(25):3741-53.
 
20.              Katsumata N, Yasuda M, Isonishi S, et al. Japanese Gynecologic Oncology Group. Long-term results of dose-dense paclitaxel and carboplatin versus conventional paclitaxel and carboplatin for treatment of advanced epithelial ovarian, fallopian tube, or primary peritoneal cancer (JGOG 3016): a randomized, controlled, open-label trial. Lancet Oncol. 2013;14(10):1020-6.
 
21.              Armstrong DK, Bundy B, Wenzel L, et al. Intraperitoneal cisplatin and paclitaxel in ovarian can- cer. N Engl J Med 354:34-43, 2006
 
22.              Alberts DS, Liu PY, Hannigan EV, et al. Intraperitoneal cisplatin plus intravenous cyclo- phosphamide versus intravenous cisplatin plus intravenous cyclophosphamide for stage III ovarian cancer. N Engl J Med 335:1950-1955, 1996
 
23.              Markman M, Bundy BN, Alberts DS, et al. Phase III trial of standard-dose intravenous cisplatin plus paclitaxel versus moderately high-dose carboplatin followed by intravenous paclitaxel and intra- peritoneal cisplatin in small-volume stage III ovarian carcinoma: An intergroup study of the Gynecologic Oncology Group, Southwestern Oncology Group, and Eastern Cooperative Oncology Group. J Clin Oncol 19:1001-1007, 2001
 
24.              Tewari D, Java JJ, Salani R, et al. Long-term survival advantage and prognostic factors associated with intraperitoneal chemotherapy treatment in advanced ovarian cancer: a gynecologic oncology group study. J Clin Oncol. 2015;33(13):1460-6.
 
25.              Stuart, G., Kitchener, H., Bacon, M., et al. 2010 Gynecologic Cancer Intergroup (GCIG) consensus statement on clinical trials in ovarian cancer: report from the Fourth Ovarian Cancer Consensus Conference. Int J Gynecol Cancer 2011;21: 750–755.
 
26.              Friedlander, M., Trimble, E., Tinker, A., et al. Clinical trials in recurrent ovarian cancer. Int J Gynecol Cancer 2011;21: 771–775.
 
27.              Bristow RE, Puri I, Chi DS. Cytoreductive surgery for recurrent ovarian cancer: a meta-analysis. Gynecol Oncol. 2009;112(1):265-74.
 
28.              Luvero D, Milani A, Ledermann JA. Treatment options in recurrent ovarian cancer: latest evidence and clinical potential. Ther Adv Med Oncol. 2014;6(5):229-39.
 
29.              Gonzalez-Martin AJ, Calvo E, Bover I, et al. Randomized phase II trial of carboplatin versus paclitaxel and carboplatin in platinum- sensitive recurrent advanced ovarian carcinoma: a GEICO (Grupo Espanol de Investigacion en Cancer de Ovario) study. Ann Oncol. 2005; 16(5):749–755.
 
30.              Pfisterer J, Plante M, Vergote I, et al. Gemcitabine plus carboplatin compared with carboplatin in patients with platinum-sensitive recurrent ovarian cancer: an intergroup trial of the AGO-OVAR, the NCIC CTG, and the EORTC GCG. J Clin Oncol. 2006;24(29):4699–4707.
 
31.              Markman M, Rothman R, Hakes T, et al. Second-line platinum therapy in patients with ovar- ian cancer previously treated with cisplatin. J Clin Oncol. 1991;9(3):389–393.
 
32.              Eisenhauer EA, Vermorken JB, van Glabbeke M. Predictors of response to subsequent chemo- therapy in platinum pretreated ovarian cancer: a multivariate analysis of 704 patients. Ann Oncol. 1997;8(10):963–968.
 
33.              Lee CK, Simes RJ, Brown C, et al. Prognostic nomogram to predict progression-free survival in patients with platinum-sensitive recurrent ovar- ian cancer. Br J Cancer. 2011;105(8):1144–1150.
 
34.              Markman M, Markman J, Webster K, et al. Duration of response to second-line, platinum- based chemotherapy for ovarian cancer: implications for patient management and clinical trial design. J Clin Oncol. 2004;22(15):3120–3125.
 
35.              da Costa AA, Valadares CV, Baiocchi G, et al. Neoadjuvant Chemotherapy Followed by Interval Debulking Surgery and the Risk of Platinum Resistance in Epithelial Ovarian Cancer. Ann Surg Oncol. 2015 May 27. [Epub ahead of print]
 
36.              Dizon DS, Dupont J, Anderson S, et al. Treatment of recurrent ovarian cancer: a retrospective analysis of women treated with single-agent carboplatin originally treated with carboplatin and paclitaxel. The Memorial Sloan-Kettering Cancer Center experience. Gynecol Oncol. 2003; 91(3):584–590.
 
37.              Gronlund B, Hogdall C, Hansen HH, et al. Results of reinduction therapy with paclitaxel and carboplatin in recurrent epithelial ovarian cancer. Gynecol Oncol. 2001;83(1):128–134.
 
38.              Cantù MG, Buda A, Parma G, et al. Randomized controlled trial of single-agent paclitaxel versus cyclophosphamide, doxorubicin, and cisplatin in patients with recurrent ovarian cancer who responded to first-line platinum-based regimens. J Clin Oncol. 2002;20(5):1232–1237.
 
39.              Parmar MK, Ledermann JA, Colombo N, et al. Paclitaxel plus platinum-based chemotherapy versus conventional platinum-based chemotherapy in women with relapsed ovarian cancer: the ICON4/AGO-OVAR-2.2 trial. Lancet. 2003;361(9375):2099–2106.
 
40.              Wagner U, Marth C, Largillier R, et al 
Final overall survival results of phase III GCIG CALYPSO trial of pegylated liposomal doxorubicin and carboplatin vs paclitaxel and carboplatin in platinum-sensitive ovarian cancer patients. Br J Cancer 2012;107(4):588–91.
 
41.              Gordon AN, Fleagle JT, Guthrie D, et al. Recurrent epithelial ovarian carcinoma: a randomized phase III study of pegylated liposomal doxorubicin versus topotecan. J Clin Oncol. 2001;19(14):3312–3322.
 
42.              ten Bokkel Huinink W, Gore M, Carmichael J, et al. Topotecan versus paclitaxel for the treatment of recurrent epithelial ovarian cancer. J Clin On- col. 1997;15(6):2183–2193.
 
43.              Mutch DG, Orlando M, Goss T, et al. Randomized phase III trial of gemcitabine compared with pegylated liposomal doxorubicin in patients with platinum-resistant ovarian cancer. J Clin Oncol. 2007;25(19):2811–2818.
 
44.              Aghajanian C, Blank SV, Goff BA, et al. OCEANS: a randomized, double-blind, placebo-controlled phase III trial of chemotherapy with or without bevacizumab in patients with platinum-sensitive recurrent epithelial ovarian, primary peritoneal, or fallopian tube cancer. J Clin Oncol 2012;30:2039–45.
 
45.              Pujade-Lauraine, E., Hilpert, F., Weber, B., et al. Bevacizumab combined with chemotherapy for platinum-resistant recurrent ovarian cancer: the AURELIA open-label randomized phase III trial. J Clin Oncol 2014;32: 1302–8.
 
46.              Harter P, Beutel B, Alesina PF, et al. Prognostic and predictive value of the Arbeitsgemeinschaft Gynaekologische Onkologie (AGO) score in surgery for recurrent ovarian cancer. Gynecol Oncol 2014;132(3):537–41. 

 
47.              Harter P, du Bois A, Hahmann M, et al. Surgery in recurrent ovarian cancer: the arbeitsgemeinschaft gynaekologische onkologie (AGO) DESKTOP OVAR Trial. Ann Surg Oncol. 2006;13:1702–10.
 
48.              Harter P, Sehouli J, Reuss A, et al. Prospective validation study of a predictive score for operability of recurrent ovarian cancer: the DESKTOP II study. A project of the AGO Kommission OVAR, AGO Study Group, NOGGO, AGO-Austria, and MITO. Int J Gynecol Cancer. 2011;21:289–95.
 
49.              Tian WJ, Chi DS, Sehouli J, et al. A risk model for secondary cytoreductive surgery in recurrent ovarian cancer: an evidence-based proposal for patient selection. Ann Surg Oncol. 2012;19(2):597-604.
 
50.              Fotopoulou C, Zang R, Gultekin M, et al. Value of tertiary cytoreductive surgery in epithelial ovarian cancer: an international multicenter evaluation. Ann Surg Oncol 2013;20(4):1348–54. 

 
51.              Zang RY, Harter P, Chi DS, et al. Predictors of survival in patients with recurrent ovarian cancer undergoing secondary cytoreductive surgery based on the pooled analysis of an international collaborative cohort. Br J Cancer. 2011;105(7):890-6.
 
52.              Kuhn W, Schmalfeldt B, Pache L, et al. Disease-adapted relapse therapy for ovarian cancer: results of a prospective study. Int J Oncol. 1998;13(1):57-63.
 
53.              Güngör M, Ortaç F, Arvas M, et al. The role of secondary cytoreductive surgery for recurrent ovarian cancer. Gynecol Oncol. 2005;97(1):74-9.
 
54.              Matsumoto A, Higuchi T, Yura S, et al. Role of salvage cytoreductive surgery in the treatment of patients with recurrent ovarian cancer after platinum-based chemotherapy. J Obstet Gynaecol Res. 2006;32(6):580-7.
 
55.              Xu X, Chen X, Dai Z, et al. Secondary cytoreduction surgery improves prognosis in platinum-sensitive recurrent ovarian cancer. J Exp Clin Cancer Res. 2013;32:61.
 
56.              Chuang CM, Chou YJ, Yen MS, et al. The role of secondary cytoreductive surgery in patients with recurrent epithelial ovarian, tubal, and peritoneal cancers: a comparative effectiveness analysis. Oncologist. 2012;17(6):847-55.
 
57.              Lee CK, Lord S, Grunewald T, et al. Impact of secondary cytoreductive surgery on survival in patients with platinum sensitive recurrent ovarian cancer: analysis of the CALYPSO trial. Gynecol Oncol. 2015;136(1):18-24.

 
 

Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
300x250 ad onconews200519