Anvisa aprova pembrolizumabe no tratamento adjuvante do melanoma IIB ou IIIC

aprovado 21 bxA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do anti-PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®, Merck Sharp & Dohme - MSD) para o tratamento adjuvante de pacientes adultos e pediátricos (12 anos ou mais) com melanoma em estadios IIB ou IIC após ressecção completa. A decisão foi publicada dia 03 de outubro no Diário Oficial da União (DOU nº 188)1 e é baseada em dados da primeira análise interina do estudo de Fase 3 KEYNOTE-7162.

O KEYNOTE-716 é um estudo de Fase 3 multicêntrico, randomizado (1:1), duplo-cego e controlado por placebo, que incluiu 976 pacientes com melanoma estádio IIB ou IIC completamente ressecado. Os pacientes foram randomizados para pembrolizumabe 200 mg ou para a dose pediátrica (≥ 12 anos) de pembro 2 mg/kg por via intravenosa (até um máximo de 200 mg) a cada três semanas, ou placebo por até um ano, recorrência da doença ou toxicidade inaceitável. A randomização foi estratificada pelo Estadio T (> 2,0-4,0 mm com ulceração versus > 4,0 mm sem ulceração versus > 4,0 mm com ulceração) segundo a oitava edição da AJCC. Os pacientes não poderiam ter recebido tratamento prévio para melanoma, exceto pela ressecção cirúrgica completa do melanoma antes da inclusão no estudo.

O principal desfecho foi a sobrevida livre de recorrência (SLR) avaliada pelo investigador (definida como o tempo entre a data da randomização e a data da primeira recorrência [linfonodos locais, em trânsito ou regionais ou recorrência distante] ou morte, o que ocorresse primeiro). Novos melanomas primários foram excluídos da definição de SLR.

Os pacientes foram submetidos a exames de imagem a cada seis meses por um ano a partir da randomização, a cada seis meses dos anos dois a quatro e, em seguida, uma vez no ano cinco a partir da randomização ou até a recorrência, o que ocorrer primeiro.

No estudo, pembrolizumabe demonstrou melhora estatisticamente significativa na sobrevida livre de recorrência, reduzindo o risco de recorrência da doença ou morte em 35% (HR = 0,65 [IC de 95%: 0,46–0,92]; p = 0,0132) em comparação ao placebo. A mediana da SLR não foi alcançada para nenhum dos grupos.

Após uma mediana de acompanhamento de 14,4 meses, 11% (n = 54/487) dos pacientes que receberam pembrolizumabe tiveram recorrência ou morreram em comparação com 17% (n = 82/489) dos pacientes que receberam placebo. A eficácia em pacientes pediátricos (12 anos ou mais) com melanoma em estadios IIB ou IIC é apoiada pela extrapolação de dados de eficácia em adultos, considerando a semelhança do aspecto biológico e da farmacologia do efeito do medicamento, bem como a semelhança da resposta de eficácia e segurança após a exposição.

As reações adversas foram semelhantes às que ocorreram em 1.011 pacientes com melanoma em estadio III no KEYNOTE-054 ou nos 2.799 pacientes com melanoma ou CPCNP tratados com pembrolizumabe em monoterapia.

O estudo está registrado em ClinicalTrials.gov; NCT03553836.

Referências:

1 -  DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - RESOLUÇÃO-RE Nº 3.221, de 29 de setembro de 2022 - Publicado em 03/10/2022 | Edição: 188 | Seção: 1 | Página: 96

2 - Pembrolizumab versus placebo as adjuvant therapy in completely resected stage IIB or IIC melanoma (KEYNOTE-716): a randomised, double-blind, phase 3 trial - Jason J Luke, MD 
Prof Piotr Rutkowski, MD; Paola Queirolo, MD; Michele Del Vecchio, MD; Prof Jacek Mackiewicz, MD; Vanna Chiarion-Sileni, MD et al. - Published:March 31, 2022DOI:https://doi.org/10.1016/S0140-6736(22)00562-1