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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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ASCO atualiza diretrizes para pacientes com imunossupressão associada ao câncer

ricardo caponeroSeis novos estudos de metanálise e seis novos estudos primários foram considerados para atualizar a revisão sistemática e as diretrizes da ASCO para o tratamento de pacientes com imunossupressão associada ao câncer. As diretrizes foram publicadas 4 de setembro no Journal of Clinical Oncology, em artigo de Taplitz, RA et al. “As complicações da quimioterapia antineoplásica, principalmente a neutropenia, que eleva o risco de infecções sepse e morte, ainda são uma preocupação na oncologia moderna”, diz Ricardo Caponero (foto), oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que comenta as recomendações da ASCO.

 

Os autores lembram que a profilaxia antimicrobiana é uma intervenção que pode reduzir o risco de infecção em pacientes de câncer imunossuprimidos, mas pode resultar em efeitos adversos ou na resistência antimicrobiana, sem desconsiderar preocupações com o equilíbrio do microbioma do hospedeiro. “Assim, a decisão de administrar ou não profilaxia exige uma análise cuidadosa de benefícios e potenciais danos”, destacam.

Nesta atualização, a diretriz recomenda a profilaxia antimicrobiana e antifúngica para pacientes com alto risco de infecção, incluindo pacientes com neutropenia profunda e prolongada, definida como <100 neutrófilos / µL por > 7 dias ou outros fatores de risco. Os pacientes soropositivos para o vírus Herpes simplex submetidos a transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas ou terapia de indução de leucemia devem receber profilaxia antiviral baseada em análogos de nucleosídeos, como o aciclovir.

Outra recomendação importante diz respeito a pacientes com risco de pneumonia por Pneumocystis jirovecii. Neste caso, a profilaxia é recomendada para pacientes que recebem esquemas quimioterápicos que estão associados a um risco > 3,5% de pneumonia como resultado desse organismo (por exemplo, aqueles com ≥ 20 mg de prednisona por dia ≥ 1 mês ou em uso de analógico de purina).

Para pacientes com alto risco de reativação do vírus da hepatite B, o tratamento com um inibidor da transcrição reversa do nucleosídeo (por exemplo, entecavir ou tenofovir) é recomendado. A diretriz também preconiza a vacinação, assim como recomenda evitar ambientes que têm altas concentrações de esporos fúngicos transportados pelo ar.

A vacinação anual contra influenza também é recomendada para todos os pacientes que recebem quimioterapia como parte do tratamento do câncer, contatos familiares, domiciliares e profissionais de saúde.

“Ainda não nos livramos da quimioterapia citotóxica. A profilaxia primária da neutropenia com o uso de fatores de crescimento de granulócitos (G-CSF) ainda é empregada menos frequentemente do que o recomendado, e existe o grupo para o qual as diretrizes não recomendam o uso de G-CSF, mas que evolui com neutropenia acentuada”, diz Ricardo Caponero. “Embora a prevenção secundária com G-CSF seja uma recomendação de consenso, seu uso na fase da neutropenia é pouco efetivo, sendo indicado apenas em algumas situações restritas. Nessa fase, a proteção principal para o paciente recai em evitar a exposição a fontes de infecção (incluindo profissionais de saúde!) e em fazer uso profilático de antimicrobianos”, explica.

Caponero lembra que além do aumento de custos e eventos adversos, hoje temos uma preocupação maior com essa indicação terapêutica. “A exposição a agentes antimicrobianos modifica a flora intestinal (microbioma), o que tem sido associado a menor resposta aos imuno-moduladores. Exatamente por isso a diretriz da ASCO vem em hora mais do que oportuna, nos ajudando a equilibrar nossa decisão terapêutica entre alterar o microbioma ou expor o paciente aos riscos da infecção”, analisa.

Referências: Antimicrobial Prophylaxis for Adult Patients With Cancer-Related Immunosuppression: ASCO and IDSA Clinical Practice Guideline Update - Randy A. Taplitz, Erin B. Kennedy, Eric J. Bow, Jennie Crews, Charise Gleason, Douglas K. Hawley, Amelia A. Langston, Loretta J. Nastoupil, Michelle Rajotte, Kenneth V. Rolston, Lynne Strasfeld, and Christopher R. Flowers - DOI: 10.1200/JCO.18.00374 Journal of Clinical Oncology

 


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