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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Ativação da resposta imune no câncer de pulmão pequenas células

WILLIAM William 2018 NET OKO estudo IMPULSE, randomizado, de fase 2, avaliou a eficácia e segurança de lefitolimod como tratamento de manutenção em câncer de pulmão pequenas células em estágio extenso (CPPC-ES), após resposta objetiva à quimioterapia de primeira linha. Os resultados foram publicados no Annals of Oncology e sugerem resultados promissores em dois subgrupos de pacientes, ainda que o principal endpoint não tenha sido alcançado. Quem comenta os resultados é o oncologista William Nassib William Jr. (foto), diretor médico da Oncologia Clínica e Hematologia do Centro Oncológico da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O agente experimental lefitolimod é um agonista de receptores toll like 9 (TLR9) que pode estimular a resposta imune inata e adaptativa e, assim, melhorar o controle imunomediado da doença residual. Neste estudo foram inscritos 103 pacientes com CPPC-ES e resposta tumoral objetiva avaliada por RECIST 1.1 após 4 ciclos de terapia de indução de primeira linha à base de platina. Os pacientes foram randomizados na proporção de 3: 2 para receber terapia de manutenção com lefitolimod ou o padrão local de tratamento, até progressão ou toxicidade inaceitável.

Thomas M et al descrevem que na população ITT não foi observado efeito relevante de lefitolimod na sobrevida livre de progressão e sobrevida global (SG), mas destacam que dois subgrupos de pacientes apresentaram resultados promissores em relação à sobrevida: pacientes com baixa frequência de CD86+ Células B (HR 0,53, IC 95% 0,26-1,08; n = 38 de 88 analisadas) e pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (HR 0,48, 95% IC 0,20-1,17, n = 25 103). O perfil de segurança foi favorável.

Em conclusão, o ativador da vigilância imunológica lefitolimod (MGN1703) não foi eficaz na população global do estudo. Porém é possível que um subgrupo de pacientes com disfunção imunológica possa se beneficiar dessa estratégia. “Dessa forma, sugere-se a avaliação formal prospectiva do lefitolimod em estudos futuros de pacientes com carcinoma de pequenas células doença extensa portadores de DPOC e/ou com baixa frequência de células B ativadas”, afirma o oncologista William Nassib William.  

Até pouco tempo, não havia avanço terapêutico sistêmico importante no câncer de pulmão pequenas células. Entretanto, estratégias avaliando imunoterapia com anticorpos bloqueando o eixo PD-1/PD-L1 têm se mostrado promissoras. “Recentemente, nivolumabe foi aprovado pelo FDA americano como tratamento de terceira linha com base no estudo de fase 1/2 Checkmate-032. Da mesma forma, nota à imprensa recentemente divulgada revelou que o estudo IMpower133 atingiu desfecho primário, no qual a adição de atezolizumabe a quimioterapia de primeira linha com carboplatina e etoposídeo levou a aumento de sobrevida global e sobrevida livre de progressão em pacientes com doença extensa. Estes resultados demonstram que a imunoterapia tem papel relevante no tratamento do carcinoma de pequenas células”, diz William.

Segundo o oncologista, o estudo IMPULSE agrega novos dados ao conjunto de informações que suporta o papel da imunoterapia nesta doença. “O estudo demonstrou que o lefitolimod foi capaz de ativar monócitos periféricos, conforme caracterizado pelo aumento de CD169 e IP-10 séricos em resposta à administração da droga. Além disso, pacientes que tiverem ativação imune mais robusta apresentaram maior benefício clínico da droga em relação a sobrevida global, em análise exploratória”, explica.

O especialista observa que o estudo é limitado pelo pequeno número de pacientes, pela definição pouco padronizada de DPOC, e pelo potencial efeito benéfico ter sido observado somente em uma subpopulação restrita de pacientes (mesmo que a análise de subgrupo tenha sido pré-planejada). “Entretanto, os dados clínicos ratificam os conhecimentos pré-clínicos com relação ao mecanismo de ação da droga e fisiopatologia em situações específicas de disfunção imunológica (como DPOC e baixa frequência de células B ativadas). Este é um tratamento promissor que, apesar de ainda não estar suficientemente desenvolvido para uso clínico rotineiro imediato, merece investigações futuras, com potencial de avançar as estratégias imunoterápicas para manejo do carcinoma de pulmão pequenas células”, conclui.

Referências: M Thomas, S Ponce-Aix, A Navarro, J Riera-Knorrenschild, M Schmidt, E Wiegert, K Kapp, B Wittig, C Mauri, M Dómine Gómez, J Kollmeier, P Sadjadian, K-P Fröhling, R Huber, M Wolf, IMPULSE study team; Immunotherapeutic maintenance treatment with toll-like receptor 9 agonist lefitolimod in patients with extensive-stage small-cell lung cancer: Results from the exploratory, controlled, randomized, international phase 2 IMPULSE study, Annals of Oncology - https://doi.org/10.1093/annonc/mdy326 


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