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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

Talazoparib no câncer de mama avançado BRCA mutado

MAMA bxO estudo de fase III EMBRACA demonstrou que o inibidor da PARP talazoparib prolongou a sobrevida livre de progressão (SLP) e melhorou as medidas de qualidade de vida em pacientes com câncer de mama metastático HER2 negativo e BRCA1/2 mutado em comparação com a quimioterapia. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine. A oncologista Débora Gagliato, médica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, comenta o trabalho.

 

“O uso de drogas inibidoras da enzima PARP (iPARP) em pacientes com câncer de mama metastático HER-2 negativo, portadores de mutação germinativa em BRCA1 ou BRCA2 (gBRCA), vem ganhando cada vez mais espaço. A recente aprovação pelo FDA do iPARP olaparibe para tratamento de pacientes com doença metastática HER-2 negativo e mutação germinativa em BRCA1 ou BRCA2 (gBRCA) representou a confirmação de que uma estratégia terapêutica com alvo na deficiência de reparo de recombinação homóloga no DNA, encontrada nesses pacientes, resulta em importante atividade clínica”, afirmou Débora.

O ensaio clínico internacional de Fase III EMBRACA envolveu 431 pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático e mutações do gene BRCA1/2. Pacientes com doença positiva para HER2 foram excluídos, pois existem terapias-alvo aprovadas para esse subtipo de tumores. Os pacientes poderiam ter recebido até três linhas anteriores de quimioterapia, incluindo terapias baseadas em platina. “Vale observar que apenas 16% dos pacientes randomizados para iPARP haviam recebido platina previamente, sendo esse número 20% para aqueles do grupo controle, e que o uso de platina não era permitido no braço de quimioterapia de escolha do investigador”, ressaltou a oncologista.

Os pacientes foram randomizados 2: 1 para receber talazoparib (1 mg uma vez ao dia; n=287) ou a terapia padrão de escolha do médico (capecitabina, eribulina, gencitabina ou vinorelbina, em ciclos contínuos de 21 dias; n=144;). Entre os participantes, 54% eram receptor hormonal positivo (HR+) e 46% tinham câncer de mama triplo negativo; as mutações BRCA1 e BRCA2 foram divididas em 45% e 55%, respectivamente. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão, avaliada por revisão independente cega. Desfechos secundários incluíram sobrevida global, taxa de resposta objetiva, taxa de benefício clínico em 24 semanas e duração da doença.

Resultados

A mediana de sobrevida livre de progressão foi significativamente maior no braço talazoparib em comparação com o braço que recebeu a terapia padrão (8,6 meses vs. 5,6 meses; hazard ratio para progressão da doença ou morte, 0,54; 95% IC, 0,41 a 0,71; P <0,001). A mediana interina de hazard ratio para o óbito foi de 0,76 (95% IC, 0,55 a 1,06; P = 0,11 [57% dos eventos projetados]).

Além disso, a taxa de resposta objetiva foi maior no grupo de talazoparibe em comparação com o grupo quimioterapia, sendo de 62,6% versus. 27,2%, respectivamente; (Odds Ratio 5,0; 95% IC, 2,9 a 8,8; P <0,001). Com o follow up atual, os resultados de sobrevida global ainda não estão maduros.

Os resultados da análise de subgrupo mostraram que os desfechos de sobrevida permaneceram favoráveis ao braço talazoparibe, em pacientes com doença triplo-negativa ou receptor de hormônio positivo, além daqueles que tiveram uso prévio de platina.

As medidas dos escores de qualidade de vida, outro importante desfecho, revelaram que o grupo tratado com iPARP experimentou um tempo mais prolongado até apresentar deterioração dos escores de aspectos de saúde relacionados à qualidade de vida em comparação com o grupo de terapia padrão (24,3 meses no braço do talazoparibe e 6,3 meses no braço da terapia padrão).

Os eventos adversos mais comuns relacionados ao uso de talazoparibe incluíram anemia, fadiga e náuseas, sendo mais frequentemente de baixo grau. Eventos adversos hematológicos de grau 3 e 4 ocorreram em 55% dos pacientes que receberam talazoparibe e 38% daqueles em quimioterapia. No entanto, o grupo tratado com iPARP teve menos eventos não hematológicos de grau 3 (32% para talazoparibe e 38% para quimioterapia). Eventos adversos resultando em morte ocorreram em 2,1% dos pacientes com talazoparibe e 3,2% na terapia padrão.

“O estudo confirma a atividade e importância do uso de inibidores de PARP no grupo de pacientes com doença avançada HER-2 negativa e mutação germinativa em BRCA 1 ou 2. O tratamento com a droga-alvo não apenas prolongou a SLP e taxas de resposta, mas também foi associado a melhores índices de qualidade de vida e maior tempo para deterioração desses índices”, concluiu Débora.

O estudo foi financiado pela Medivation; Pfizer, e está registrado em ClinicalTrials.gov, NCT01945775.

Referência: Talazoparib in Patients with Advanced Breast Cancer and a Germline BRCA Mutation - Jennifer K. Litton et al - August 15, 2018 - DOI: 10.1056/NEJMoa1802905 


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