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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

IMC e resultados de sobrevida no melanoma metastático

GBM NET OK 2Estudo que examinou a associação entre índice de massa corporal (IMC) e sobrevida livre de progressão ou sobrevida global em pacientes com melanoma metastático que receberam terapia-alvo, imunoterapia ou quimioterapia abriu espaço para um novo paradoxo na oncologia, sugerindo que o aumento do IMC foi positivamente associado a melhores resultados na população avaliada. O Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) comenta os resultados.

Este estudo retrospectivo analisou coortes independentes de pacientes com melanoma metastático tratados com terapia-alvo, imunoterapia ou quimioterapia em cinco estudos clínicos randomizados e um estudo retrospectivo com imunoterapia. Os pacientes foram classificados de acordo com o IMC, seguindo as definições da OMS.  Os endpoints primários foram as associações entre IMC e sobrevida livre de progressão ou sobrevida global, estratificadas por sexo e tipo de tratamento.

Resultados

As seis coortes compreenderam um total de 2046 pacientes com melanoma metastático tratados com terapia-alvo, imunoterapia ou quimioterapia entre 8 de agosto de 2006 e 15 de janeiro de 2016. Foram incluídos 1918 pacientes na análise. Duas coortes consideraram pacientes tratados com terapia-alvo (dabrafenib + trametinib [n = 599] e vemurafenib + cobimetinib [n = 240]), duas coortes foram de pacientes tratados com imunoterapia (ipilimumab + dacarbazina [n = 207]), uma coorte retrospectiva avaliou pacientes que receberam pembrolizumab, nivolumab ou atezolizumab [n = 331]) e duas coortes avaliaram  pacientes tratados com quimioterapia (dois estudos clínicos randomizados de dacarbazina [n = 320 e n = 221]); pacientes agrupados com  IMC normal (694 [36%] , com sobrepeso (711 [37%]) ou obesos (513 [27%]).

Na análise conjunta, a obesidade, em comparação com o IMC normal, foi associada a melhor sobrevida em pacientes com melanoma metastático (taxa de risco ajustada média [HR] 0,77 [IC 95% 0 · 66-0 · 90] para sobrevida livre de progressão e 0·74 [0·58-0·95] para sobrevida global.

O benefício associado à obesidade foi restrito a pacientes tratados com terapia-alvo (HR 0 · 72 [0 · 57-0 · 91] para a sobrevida livre de progressão e 0 · 60 [0, 45-0 · 79] e para sobrevida global foi restrito à imunoterapia (HR 0 · 75 [0 · 56-1 · 00] e 0 · 64 [0 · 47-0 · 86]). Não foram observadas associações com quimioterapia.

A associação de IMC com sobrevida global diferiu por sexo, com associações inversas em homens (HR 0 · 53 [0 · 40-0 · 70]), mas nenhuma associação observada em mulheres (HR 0 · 85 [0 · 61-1 · 18, pinteraction = 0 · 03]).

Para os autores, esses achados sugerem que, em pacientes com melanoma metastático, a obesidade está associada a um aumento da sobrevida livre de progressão e sobrevida global em comparação com pacientes com IMC normal. Esta associação foi observada principalmente em pacientes do sexo masculino tratados com terapia-alvo ou imunoterapia. Esses resultados têm implicações para o projeto de futuros estudos para compreender os mecanismos envolvidos nessas associações.

“Considerando a qualidade dos diferentes autores envolvidos e os possíveis “bias”, é válido se esperar que esses achados possam e devam ser demonstrados em outros trabalhos que visem avaliar esse tema de maneira mais específica”, afirmam os especialistas do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM).

Referência: Association of body-mass index and outcomes in patients with metastatic melanoma treated with targeted therapy, immunotherapy, or chemotherapy: a retrospective, multicohort analysis - McQuade, Jennifer L et al. - The Lancet Oncology , Volume 19, No. 3, p310–322, March 2018, - DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045



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