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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

INCA atualiza Consenso de Nutrição Oncológica

CAPA_CONSENSO_NET_OK.jpgImunonutrição está em pauta na atualização do Volume II do Consenso do INCA, publicado em novembro.

A imunonutrição ajuda a diminuir complicações pós-cirúrgicas, contribui para a recuperação do peso e pode influenciar na sobrevida do paciente. Os guidelines da Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN) e da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN) consideram o benefício das fórmulas enterais imunomoduladoras com a combinação de arginina, ácidos nucleicos e ácidos graxos essenciais em pacientes desnutridos submetidos a cirurgias de grande porte como nível de evidência A. Seu uso também é defendido no Consenso Brasileiro de Nutrição Oncológica e nas Diretrizes Brasileiras em Terapia Nutricional (DITEN) da Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral.
 
“A imunonutrição é mandatória antes da cirurgia porque melhora as condições imunológicas desse paciente. Hoje em dia, na grande maioria das instituições do país, os pacientes são submetidos a jejuns muito prolongados, de mais de 8 horas, o que traz transtornos metabólicos e pode condicionar uma resposta ruim ao tratamento cirúrgico. Se você oferece a imunonutrição, esse paciente vai complicar menos, e alguns estudos já mostram que esse conjunto de estratégias pode levar esse paciente a uma melhor sobrevida”, afirma Nivaldo Barroso de Pinho, Coordenador da Divisão de Apoio Assistencial do INCA e organizador do Consenso, documento que traz ainda novas discussões voltadas para as melhores práticas assistenciais ao paciente idoso com câncer e ao sobrevivente da doença. “As novas tecnologias e o diagnóstico precoce têm aumentado a taxa de sobrevida dos pacientes, o que exige um olhar mais atento para essa população. Em relação ao paciente idoso, enfatizamos a necessidade de maior ingestão de proteína e aumento de atividade física estruturada para diminuir a prevalência de fadiga”, diz.
 
Segundo o cirurgião Robson Feitas de Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e coordenador da terapia Nutricional do Hospital Filantrópico Aristides Maltez, em Salvador, Bahia, substâncias como ômega-3, os aminoácidos arginina e glutamina e antioxidantes como vitaminas A, C e E, quando oferecidos como suporte nutricional imunomodulado, diminuem as chances de complicações do tratamento e melhoram o prognóstico. “Além do benefício para o paciente, a imunonutrição reduz tempo de internação, UTI e, consequentemente, os custos hospitalares. Terapia nutricional não é prejuízo, é investimento”, afirma.
 
Dados da literatura corroboram a observação do especialista e mostram que apesar da dieta imunomoduladora demandar maior investimento inicial, a redução no custo do tratamento de complicações pós-operatórias compensa o investimento. Estudo de Gianotti e colegas12 demonstrou que o custo pós-operatório da terapia nutricional com dieta enteral imunomoduladora de 102 pacientes com câncer foi cerca de R$ 104 mil versus R$ 31 mil gastos no tratamento de 104 pacientes com dieta enteral padrão. No entanto, o custo final do tratamento dos pacientes com dieta imunomoduladora foi cerca de R$ 335 mil (média de R$ 3,29 mil por paciente) contra aproximadamente R$ 750 mil da dieta padrão (média de R$ 7,20 mil por paciente). “Estudo13 realizado em 2003 pela cirurgiã e nutróloga Maria Isabel Correia, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com participação do GANEP, mostrou que o doente desnutrido chega a custar aproximadamente 300% a mais do que o paciente bem nutrido”, acrescenta Robson.
 
O Consenso da Sociedade Norte-Americana de Cirurgiões (MCCLAVE et al., 2013) defende que os pacientes candidatos à cirurgia eletiva, independentemente do estado nutricional, devem receber fórmula imunomoduladora contendo arginina, ômega-3, nucleotídeos e antioxidantes na quantidade de 500 a 1000 ml por dia, de cinco a sete dias no pré-operatório, sendo que, para os pacientes com alto risco nutricional, essa fórmula deve ser continuada no pós-operatório por um período de cinco a sete dias.

Referências:

12 – Health Care Resources Consumed to Treat Postoperative Infections: Cost Saving By Perioperative Immunonutrition - https://goo.gl/U6JkbH
 
13 - The impact of malnutrition on morbidity, mortality, length of hospital stay and costs evaluated through a multivariate model analysis - https://goo.gl/jaoeVU

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