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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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Daichii Sankyo

 

Estudo randomizado traz evidências de benefícios de um programa de treinamento em comunicação de más notícias

logo_ancp_horizontal__1__NET_OK.jpgA comunicação de más notícias tem sido considerada uma habilidade clínica fundamental na relação médico-paciente, que deve ser valorizada e ensinada.Vários estudos que avaliam a comunicação entre paciente e médico em consultas oncológicas revelam inúmeras dificuldades nesse processo.

Um recente estudo publicado no Journal of Clinical Oncology em julho de 2014 verificou o efeito de um programa de treinamento para oncologistas, apresentando como diferencial o enfoque baseado nas preferências dos pacientes em relação a quatro componentes de comunicação, segundo o modelo conceitual de habilidades proposto pelo estudo(modelo SHARE): formas de estabelecimento de rapport; processo de transmissão das informações; discussão de informações adicionais demandadas pelo paciente; e respostas empáticas  às emoções.

O estudo randomizou 30 oncologistas de dois centros de referência em câncer no Japão, em dois grupos: o grupo de intervenção, que recebeu o treinamento, e o grupo controle. Os participantes foram submetidos a uma avaliação de suas habilidades em comunicação através de consultas simuladas no início do estudo e após duas semanas, sendo que, nesse período, o grupo de intervenção participou de um workshop de treinamento em comunicação. Foram medidos escores de performance antes e depois da intervenção.Pacientes atendidos pelos oncologistas participantes foram também entrevistados no início do estudo e após as duas semanas de seguimento, sendo avaliados em parâmetros como satisfação com a consulta, confiança no profissional e nível de estresse psicológico, utilizando a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão.

Os resultados mostraram que os pacientes que se consultaram com os oncologistas do grupo de intervenção tiveram uma diminuição do fator depressão na Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e demonstraram maior confiança no profissional. Para os oncologistas do estudo, houve um aumento dos escores de performance estatisticamente significativo nos seguintes componentes do modelo SHARE: formas de estabelecimento de rapport, processo de transmissão das informações e respostas empáticas às emoções.

Os pesquisadores concluem que um programa de treinamento de habilidades para comunicar más notícias é efetivo tanto para os oncologistas quanto para os pacientes com câncer e, por isso, os profissionais deveriam considerar o treinamento uma boa estratégia para aperfeiçoar suas habilidades em comunicação.

A descrição do modelo conceitual de habilidades em comunicação proposto, o modelo SHARE, e a estrutura do workshop são detalhadas no estudo.

Leia o estudo original.
 
Ana Paula Abranches Fernandes Peixoto
É geriatra do Centro de Referência do Idoso do Hospital das Clínicas da UFMG, representante da Academia Nacional de Cuidados Paliativos - Regional Sudeste, membro e professora colaboradora da Sociedade de Tanatologia e Cuidados Paliativos de Minas Gerais e membro do Clube de Cuidados Paliativos de Belo Horizonte Mundipharma.


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