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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 12pm

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Daichii Sankyo

 

Especialistas brasileiros e os destaques da ginecologia oncológica

sbco_logo.jpgEm nome da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), os cirurgiões oncológicos Glauco Baiocchi Neto, Gustavo Guitmann e Audrey Tsunoda assinam artigo sobre os destaques do último congresso da Society of Gynecologic Oncology, realizado em San Diego, EUA, no final de março. Os autores mostram os estudos que avaliaram a pesquisa do linfonodo sentinela em câncer ginecológico, assim como o trabalho que sugere o papel da hormonioterapia no carcinoma seroso de ovário de baixo grau.

sbco_logo.jpgEm nome da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), os cirurgiões oncológicos Glauco Baiocchi Neto, Gustavo Guitmann e Audrey Tsunoda assinam artigo sobre os destaques do último congresso da Society of Gynecologic Oncology, realizado em San Diego, EUA, no final de março. Os autores mostram os estudos que avaliaram a pesquisa do linfonodo sentinela em câncer ginecológico, assim como o trabalho que sugere o papel da hormonioterapia no carcinoma seroso de ovário de baixo grau.

Destaques da SGO 2016 

*Glauco Baiocchi Neto, Gustavo Guitmann e Audrey Tsunoda
 
Mereceram destaque 3 trabalhos apresentados em plenária no último congresso da Society of Gynecologic Oncology, que ocorreu em San Diego, EUA, sendo 2 sobre o tema linfonodo sentinela e 1 sobre carcinoma seroso de ovário de baixo grau.
 
Em relação ao linfonodo sentinela, os trabalhos buscaram aprofundar dois pontos controversos na pesquisa do sentinela em câncer ginecológico: 1. Seria a detecção do linfonodo sentinela com a subtração da linfadenectomia sistemática suficiente no câncer do colo do útero? 2. Qual seria o melhor marcador no protocolo do linfonodo sentinela no câncer de endométrio?
 
O primeiro foi apresentado pelo grupo da Universidade de Toronto, onde foram retrospectivamente revisadas pacientes com câncer do colo do útero estádio I e que tiveram linfonodos negativos após a linfadenectomia pélvica sistemática (n=1.103 pacientes) ou após somente protocolo do linfonodo sentinela (instituído após 2008) e sem linfadenectomia pélvica sistemática (n=90). O grupo submetido a linfadenectomia sistemática teve maior tempo operatório, maior sangramento e maior taxa de infecção pós-operatória. Na analise multivariada, somente o tamanho do tumor foi fator prognostico para recidiva. A realização do linfonodo sentinela não impactou negativamente a sobrevida livre de doença das pacientes. Vale lembrar que são aguardados os resultados do ensaio clínico SENTICOL2.
 
O outro trabalho apresentado foi um estudo fase III desenvolvido pelo grupo do Florida Hospital Cancer Institute. O objetivo foi avaliar o papel da adição do “indocyanine green” ao “isosulfan blue” na detecção do linfonodo sentinela. 200 pacientes com câncer de endométrio foram randomizadas durante a cirurgia para realização do protocolo do linfonodo sentinela com “isosulfan blue” + “indocyanine green” (n=180 – grupo A) ou somente com “isosulfan blue” (n=20 - grupo B – 10% casos alocados). Todas as pacientes foram submetidas a linfadenectomia pélvica ± para-aórtica. Os grupos A e B tiveram detecção bilateral em 83.9% vs. 40% e nenhum linfonodo sentinela detectado em 3.9% vs. 24%, respectivamente (P<0.001). Houve somente 1 caso de falso negativo (Sensibilidade: 97,5%; Valor preditivo negativo: 99,3%). O linfonodo sentinela foi o único positivo em 25 (62,5%) dos 40 linfonodos positivos. Esse estudo fase III confirma dados prévios da literatura onde “isosulfan blue” + “indocyanine green” detectam um maior número de linfonodos sentinelas e metástase linfonodal que o uso de somente de “isosulfan blue”.
 
No caso do carcinoma seroso de baixo grau avançado do ovário, foram analisadas retrospectivamente pacientes tratadas com cirurgia primária seguida de hormonioterapia, entre 2004 e 2014, na Cleveland Clinic e Johns Hopkins Hospital. Foram analisadas 26 pacientes tratadas com citorredução primária sendo 96,3% com doença residual ≤1cm (81.5% sem doença residual) seguido por hormonioterapia (tamoxifeno 7,4%; anastrozol 37%; letrozole 55,6% dos casos). O tempo mediano de uso de hormonioterapia foi de 18 meses. Após seguimento mediano de 26 meses, 4 (14,8%) recorreram e foram retratadas com cirurgia ± quimioterapia ou hormonioterapia. Na ultima atualização, 23 (88,5%) pacientes encontravam sem evidência de doença. A sobrevida livre de doença mediana foi de 22 meses. Quando comparado com um grupo (n=44) submetido à citorredução seguido de quimioterapia, não houve diferença significativa em relação à sobrevida livre de doença (mediana de 21 meses).
 
Os carcinomas serosos de baixo grau do ovário têm maior taxa de resistência à quimioterapia, porém apresentam 3x maior expressão de receptores de estrogênio e progesterona. O presente estudo sugere que a hormonioterapia teria papel central no tratamento da doença avançada e poderia substituir a quimioterapia. Outros estudos ainda deverão confirmar a modalidade ideal de tratamento sistêmico para essa patologia.
 
*Autores: Glauco Baiocchi Neto é cirurgião oncológico e diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do AC Camargo Cancer Center/SP;
 
Gustavo Guitmann é cirurgião oncológico do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e coordenador do Programa de Cirurgia Robótica Oncoginecológica do Americas Medical City/RJ.

Audrey Tsunoda é cirurgiã oncológica do Departamento de Ginecologia Oncológica, Reconstrução e Mastologia do Hospital Erasto Gaertner; Diretora de Cursos do IRCAD América Latina

 


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